13 de dezembro de 2024

O corpo em terapia: O cuidado de um novo tempo

Por Janaina Alcântara

Hoje eu não quero te falar sobre produtividade, foco ou sobre alta performance nos negócios. Hoje eu quero te falar sobre fraquezas, desconforto, dores e emoções.

Não é que eu não me importe com os seus planos profissionais, não é isso. É que eu me importo mais com a saúde de quem carrega estes planos. Com o corpo e com a mente que sustentam os negócios, as metas e toda a sua biografia.

Este artigo na verdade pode ser um convite para uma pausa. Eu desejo que durante este momento, a gente possa olhar menos para o que se passa fora de nós, e passemos a olhar com carinho e atenção para o que se passa dentro: nosso corpo em união com a nossa mente.

O corpo é um campo informacional


Eu gosto de interpretar o nosso corpo sob a ótica de uma casa. Uma espécie de santuário sagrado que acolhe a nossa existência. E para tanto, ele precisa se manter forte, implacável e resistente o bastante para encarar as ‘pancadas’ da vida.

Mas o corpo, porém, você há de concordar comigo, tem limites. Mesmo que ele seja elástico e firme, ele é de carne e osso.

Logo, é neste mesmo corpo-fortaleza que os nossos excessos físicos e emocionais deixam marcas. Estresse, ansiedade, aflições, exaustão. Nada passa despercebido pela matéria.

Estamos falando de um corpo humano aqui, belo e imperfeito no mais alto grau de humanidade que podemos observar. Por isso, não adianta a gente fingir que não está cansada, que não está estressada. O corpo sabe. Ele sempre sabe de tudo.

Sabe tanto que expõe o que a gente tenta esconder. Uma dolorosa e sintomática forma de dizer que precisamos pegar mais leve ou mudar as rotas: o nosso corpo adoece.

Desconfortos físicos e emocionais

Não dá pra saber porque um dia alguém tentou separar corpo e mente. Mas a verdade é que a separação também me parece um sintoma, neste caso da nossa desconexão com o que chamo de integralidade.

O corpo age como um campo informacional e é em nosso corpo que os nossos sentimentos se materializam. Portanto, nada é realmente separado.

No entanto, por mais conscientes que pudermos ser, estamos nos acostumando com o desconforto de um corpo adoecido. É só uma dorzinha de cabeça ou é só uma dor de estômago constante e lá vamos nós, deixando a saúde física e mental para depois.

O corpo fala, a questão é se estamos atentos ou dispostos a escutá-lo.

Doenças Psicossomáticas

O termo “psicossomático” caracteriza as patologias que pertencem tanto ao físico quanto ao psíquico, ou seja, são doenças que afetam diretamente a saúde mental e fisiológica.

Nesse contexto, os sintomas físicos acabam se tornando uma consequência dos sintomas emocionais e psicológicos. Uma vez que não há origem puramente fisiológica para a doença em si, a manifestação de sintomas tende a ser um pouco mais complexa.

Dependendo do nosso estado emocional e psíquico, o organismo pode gerar reações físicas como dores ou doenças, em um processo que é conhecido como somatização.

O corpo passa a sentir os efeitos da sobrecarga emocional e inicia a manifestação de sintomas aparentemente inexplicáveis, ou seja, sem relação aparente. Os exames médicos não conseguem encontrar sinais de debilitação física e, assim, entende-se que se trata de uma doença psicossomática.

O estresse, por exemplo, está diretamente relacionado ao desenvolvimento de doenças somáticas. Quando as pessoas estão em um período da vida altamente estressante, é uma questão de tempo até atingirem o esgotamento psicológico.

A permanência em um ambiente tóxico, cansaços ignorados, desaforos engolidos, pressão incessante no trabalho são alguns exemplos de fatores que também interferem diretamente em nossa saúde mental.

A somatização e a dor

Normalmente quem somatiza percebe os sinais corporais, mas não se dá conta do processo mental. O corpo mostra, mas a gente tende a olhar de modo superficial.

Quando os médicos e exames não conseguem encontrar a causa da dor ou doença, o profissional de saúde mental pode descobrir se o foco está na psique do indivíduo.

Infelizmente a tendência ainda é pensar de maneira dualista, como se mente e corpo pudessem ser separados. Mas a necessidade do corpo todo em terapia nos lembra dos cuidados integrados, os cuidados do novo tempo.

Empreendedorismo e a Saúde Mental

Há uma ideia um tanto romantizada de que os empreendedores seriam pessoas mais resilientes, mais persistentes e até mais realizadores. E isso trouxe a ideia de que essas pessoas talvez pudessem estar mais preparadas para enfrentar situações de grande estresse.

A questão é que a empreendedora passa por inúmeros desafios na jornada: fracassos, conquistas, sentimentos, vulnerabilidades e sofrimento psicológico, e todos estes desafios refletem na saúde.

As heroínas (nada super poderosas) do empreendedorismo são antes de tudo e simplesmente humanas e a expectativa de atos continuamente heróicos e lineares não são reais.

Mulher, não subestime os sinais do corpo

Uma manifestação ou um sintoma, como estamos acostumados a dizer, é algo visível de um processo invisível que acontece dentro de nós.

O sintoma diz o que falta e para isso precisamos aprender a sua linguagem, ou seja, incluir o corpo e tudo o que ele representa em nossa jornada.

Não existe mente pra lá e corpo pra cá. Somos unidade, é por isso que todo sintoma não pode ser subestimado.

Um corpo, minhas caras, precisa durar nada mais nada menos que uma vida. Bem vivida, se assim você permitir.

Por fim, lá no comecinho deste texto eu disse que só por hoje eu não ia falar sobre negócios, mas agora que estou acabando vale lembrar: cuidados integrais para resultados integrais, e o seu negócio vai agradecer.

Com Carinho, Janaina Alcântara

 

Janaina Alcântara é fisioterapeuta, palestrante, CEO do Centro Pura Saúde

Especialista em Saúde Pública e estudante de Psicossomática Humanística e Epigenética, criadora do Método ” O Movimento Cura, sempre teve a Terapia Manual como base do seu trabalho

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