13 de dezembro de 2024

Argentina Aumenta Retenção na Soja

Governo da Argentina decidiu através do anúncio 196 do Boletim Oficial da União suspender novos registros de vendas destinadas ao mercado externo.

Em paralelo um decreto assinado pela cúpula executiva do país determina um aumento significativo nas retenções para as exportações de soja.

Anteriormente fixada em 18%, a oleaginosa passa a ser taxada em 30%. Trigo, milho passam a recolher 12% e carne e leite recolherão 9%.

Essa decisão vem na contra mão do governo anterior  – Mauricio Macri e em linha com os princípios do governo de Cristina Kirchner.

Para que o decreto não precisasse ser submetido a votação do congresso, o executivo “ respeitou” o teto máximo de 30% e com isso ganha agilidade na arrecadação.

Após uma quebra de safra em 2018, quando foi prejudicada por adversidades climáticas e deixou de aproveitar o boom da demanda chinesa, a Argentina em 2019 recuperou competitividade com a fase da forte desvalorização cambial que combinada a uma safra grande esse ano, conseguiu retomar o ritmo de vendas, antes prejudicado pelos embarques maciços do Brasil.

A  justificativa dessa decisão que visa aumentar a arrecadação para equilibrar o déficit em conta, é gerar caixa suficiente para cumprir acordos estabelecidos pelo FMI. Aqui sabemos que o setor do agronegócio foi o responsável pela vitoria de Macri nas eleições passadas e tal decisão pode ter unido o útil ao agradável.

A decisão de Alberto Fernández está gerando muita discussão entre representantes da origem Argentina – leia-se produtores rurais e governo. após um dia do anúncio, representantes rurais das Província de Buenos Aires, Santa Fé e Entre Rios foram às ruas para protestar e nos próximos dias o número de manifestações deve aumentar.

Em paralelo às manifestações, o efeito da decisão deve ser processado na abertura das negociações na bolsa de Chicago, domingo a noite.

Em um segundo momento, os prêmios no Brasil poderiam descolar dos praticados na Argentina, mas isso não significa que subiriam muito. Por agora os prêmios no Brasil devem ceder pelo impacto da conclusão da fase 1 das negociações entre China e EUA ( será?).

Para que os prêmios no Brasil se destacassem frente os praticados na Argentina, teria que haver algum entrave diplomático entre China e Estados Unidos, que poderia decorrer da ausência de compras agrícolas por parte da China ou então alguma onda de desvalorização cambial daquele país. Há quem acredite que China em algum momento oportuno “provocará” Trump e evitará avançar nas demais fases do acordo.

Já do lado dos Estados Unidos, o entrave poderia vir de alguma declaração mais acalorada de Trump motivada pelo discurso nacionalista ou então visando ganhar mais popularidade nos próximos meses. aqui cabe a observação que 2020 é um ano de forte campanha presidencial.

Um abraço

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