O USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou no dia 11 de julho o relatório mensal de Oferta e Demanda. Esse reporte é conhecido no mercado como Supply Demand.
Após muita expectativa gerada sobre os números de área de plantio que seriam então divulgados, de certa forma o mercado frustrou ao perceber que as projeções reportadas em julho não trouxeram novidades.
O mercado considerou como neutra com viés levemente altista a área de 80 milhões de acres divulgada para soja e ligeiramente baixista a área de 91.7 milhões de acres divulgadas para milho.
Com uma projeção de área de soja menor, certamente a estimativa dos estoques finais da safra de soja 2019/20 só poderia ser revisada para baixo, ainda mais quando o órgão aproveitou para baixar a produtividade da soja em 1 bushel por acre.
O estoque de soja foi estimado em 795 milhões de bushels, discretamente abaixo das expectativas médias dos analistas projetada em 812 mi bu.
Os estoques finais de milho foram estimados em 2.010 bilhões de bushels, acima da média de 1.692 bi bu projetada pelos analistas.
O órgão adotou para esse levantamento os dados de Acreagem que ele mesmo divulgou no último dia 28 de junho. Só que aí cabe uma observação. Para aquele reporte, de Área Plantada, o órgão usou dados apurados até dia 01 de junho.
O levantamento que o USDA faz para divulgar as estimativas de Julho é feito usando parâmetros e protocolos próprios e já estipulados previamente. Para chegar nos números divulgados na semana passada, o órgão usou os dados apurados através de pesquisas telefônicas e formulários enviados pelos produtores rural via correio. Ou seja, não se fez um levantamento com imagens de satélite nesse momento e tampouco as propriedades são visitadas pelos agentes do Departamento.
Como o USDAse baseou para o Suplly Demand de Julho nos número de acreagem precisamos reforçar que na época aquele levantamento foi realizado durante um período de maio até a data limite de 01 de junho.
Naquele momento as famílias produtoras nos Estados Unidos vinham sendo influenciadas por condições climáticas extremamente desfavoráveis quando o meio oeste dos Estados Unidos registrava temperaturas abaixo do normal e chuvas acima do normal. Naquela janela de tempo os produtores estavam impossibilitados de plantar e alimentavam além do nervosismo, uma forte expectativa que poderiam evoluir os trabalhos durante todo o mês de junho. E essa é uma justificativa razoável para a grande área projetada pelo órgão para os dados de área de plantio do fim de junho.
Aqui faço outra ressalva. Durante o mês de julho, o órgão promove através de seus técnicos um trabalho intenso de pesquisas em campo que resultará em um levantamento mais confiáveis quando o órgão divulgar o relatório do mês de agosto, no próximo dia 12.
Quem já foi visitar a sede do USDA em Saint Louis sabe bem a proporção gigantesca das salas destinadas aos técnicos que faze os levantamentos junto às famílias produtoras.
O trabalho de pesquisa que o USDA no momento realiza, ajudará o mercado a encontrar o caminho dos preços de soja e milho no médio e longo prazo. E só assim saberemos que as áreas de 80 e 91.7 milhões de bushels são ou não coerentes. Outro trabalho importante que está sendo feio e que contribuirá para esclarecer essas duvidas é a definição das inscrições de áreas de milho e ou de soja no programa Prevent Planting, destinado aos produtores que passaram por adversidades climáticas duante o período de plantio.
Nessa segunda feira, o USDA divulgará no final da tarde os dados finais de plantio de soja nos Estados Unidos e as condições de lavoura de soja, milho e entre outros produtos.
Daqui para frente e com todas as dúvidas sobre a real área destinada a soja e ao milho, o mercado climático entrará 100% em cena e será protagonista de momentos importantes na bolsa de Chicago – CME.
Antes com condições inapropriadas para plantio, com chuvas incessantes e temperaturas baixas, agora o mercado fica vulnerável as especulações sobre temperaturas elevadas, solo úmido e tempestades tropicais na região do Golfo do México.
Mais do que nunca, as atualizações diárias dos mapas climáticos renderão volatilidade nos preços.
Ora subindo, ora corrigindo. Exatamente como aconteceu na sexta feira, quando a soja subiu pelo calor dos últimos dias e por mais projeções de temperaturas acima do normal. Hoje, segunda feira os preços cedem também pela leitura que as temperaturas não serão tao atas e que as chuvas serão fracas.
Não esqueçam se colocar no contexto do dia de hoje o avanço limitado sobre a Guerra Comercial entre China e Estados Unidos que entraram em um período de silêncio.
Adicionar comentários