Os preços da soja voltam a testar a marca de US$ 9,00/bushel.
A percepção de descrença do mercado sobre um possível acordo entre Estados Unidos e China vem motivando liquidações seguidas de posições de fundos na bolsa de Chicago.
Twitter vai, twitter vem, Trump não anuncia nada de novo e relevante para clarear os ânimos do mercado.
Nos últimos dias a sensação que um acordo foral da fase 1 estava próximo motivou altas nas bolsas internacionais, mas em poucos dias, o posicionamento da China de não estar disposta a assinar o acordo inicial se os Estados Unidos não reduzissem as tarifas acabou por deflagrar o degrau existente entre os interesses dos dois países.
No momento China quer a suspensão das tarifas e os Estados Unidos, que sentem o reflexo de uma economia mais aquecida motivam Trump “ameaçar” que apenas fará o que for melhor para o país.
Em vários momentos os mercados têm ficado confusos com declarações dúbias sobre o estágio atual das tratativas.
Para intensificar as preocupações sobre o tema, o quadro político envolvendo Hong Kong, pode ter um peso grande na estagnação das tratativas. O motivo? O apoio dos Estados Unidos às manifestações em Hong Kong após a lei assinada no Congresso Americano, que protege o povo de Hong Kong contra os chineses.
Embora especialistas internacionais arrisquem dizer que o apoio dos Estados unidos não interfere no progresso do acordo Fase 1, eu avalio que o espasmo nas negociações e o tom mais alto das falas da China tem um viés sobre Hong Kong.
A fala de hoje de Xi Jinping sobre China querer firmar um acordo INICIAL, leia-se fase 1 e que está tentando evitar a guerra, mas que pode retaliar quando necessário me pareceu um claro aviso aos norte americanos que o país asiático tem munição para seguir debatendo conflitos. Na fala dele, a parte de “evitar a guerra” deixou margem para nos indagarmos: Se isso ainda não é guerra o que então será uma guerra? E o que seria retaliar quando necessário?
Pois bem, embora as bolsas norte-americanas tenham aberto a sexta em alta, ainda fomentando uma bolha otimista motivada pelo convite do vice premier chinês a Robert Lighthizer, e Steven Mnuchin – representantes do Comércio e secretário do tesouro para uma reunião antes do final do mês, os agrícolas seguem pesando.
A soja que ontem conseguiu encerrar o pregão bem na linha de suporte dos US$ 9,00, hoje negocia abaixo da marca a US$ 8,99, um claro retrato da fragilidade dos agrícolas.
Na soja pesam os seguintes fatores:
Ausência de compras volumosas da China – arma bélica que chineses estão usando com maestria durante os conflitos e me especial após a piora das tratativas em maio;
Informações contraditórias sobre a fase 1 do Acordo Comercial anunciado há semanas atrás;
Pressão de oferta por parte da origem produtora nos EUA. Esse é o calcanhar de Aquiles de Trump, que foi eleito com o apoio maciço das famílias produtoras que hoje mesmo “apoiando” a iniciativa de seu presidente em baixar o déficit comercial com a China, pressionam cada vez mais o governo para um acordo. Os produtores carregam estoques acima da média da safra do ano passado e hoje caminham para finalizar os trabalhos de colheita dessa temporada. Pela frente mais custos com armazenagem, mesmo com uma safra menor pois as vendas da safra nova também seguem limitadas;
Pressão de plantio no Brasil, Argentina e Paraguai, alimentando expectativa de uma super sara sul-americana;
Prêmios mais caros no Golfo e mais competitivos;
Dólar em alta conferindo no Brasil e Argentina favorecendo ainda mais competitividade a origem sul americana.
Mapas climáticos mais favoráveis para Brasil, Argentina e Paraguai.
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Um abraço e ótima sexta feira.
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