Por que os preços da Soja subiram forte justamente no dia em que a tarifação de produtos americanos e chineses entrou em vigor?
O contrato de soja com vencimento Julho negociou acima dos 40 centavos de alta, cotando máximas a US$ 8,7725 bushel e encerrou a semana a US$ 8.7400.
A resposta para a pergunta acima parece bobinha ou para alguns soa como explicação de quem não tem resposta correta a dar e está “enrolando” mas o que mais escutamos de analistas renomados em Chicago foi : Venda de Rumores e Compra de Fatos!
Após tantos pregões em Chicago com preços pressionados processando o estresse da guerra fiscal e ANTECIPANDO o impacto da tarifação dos produtos, é normal o mercado corrigir o exagero do movimento com a confirmação do “fato”. E nesse caso o Fato é a confirmação do impasse – da tarifação.
Lá adiante saberemos o efeito desse dia 06 de Julho que na minha leitura entrará para a história do Comércio Internacional e do Agronegócio Brasileiro como o início da mudança da produção mundial de alimentos para os próximos 10 anos e também como marco para a criação de 2 produtos. Um contrato especifico para soja sul-americana em uma bolsa a qual gostaria que fosse a B3 e também a criação de um Grupo de Apoio entre países penalizados pelas decisões de Trump – Mas isso é assunto para outra matéria.
Após tantas vendas, os investidores ajustam suas carteiras. Além disso, eu credito essa alta pela percepção de alguns desse investidores e fundos que o Brasil e Argentina se preparam para importar soja de origem norte americana para suprir abastecimento do mercado interno e poderem absorver a demanda por parte da China.
Há 3 semanas atrás, alertamos alguns grupos em consultoria privada que os prêmios praticados no golfo versus os praticados nos portos brasileiros mais que permitiam a importação de soja dos Estados Unidos. Mas naquele momento havia dúvidas sobre as medidas fiscais serem de fato adotadas a partir do dia 06 de Julho.
Na última quinta, a ANEC – Associação Nacional de Exportadores de Cereais declarou que o Brasil poderia importar entre 500 mil e 1 milhão de toneladas nessa temporada.
Além dessa demanda extra do Brasil e Argentina, alguns consultores norte-americanos afirmam que os Estados Unidos agora estarão mais abertos a demanda de outros países.
Mais que nunca, o setor agrícola norte americano precisa da adesão de novos parceiros compradores para reforçar parceria com novos destinos. O produtor do meio oeste dos EUA plantou pela primeira vez em 34 anos uma área de soja maior que a destinada ao milho. Essa inversão de tendência nessa temporada deve se as margens maiores para soja que para o cereal. Tradicionalmente o produtor norte americano tem o milho como cultura de preferência.
Passado esse efeito imediato das tarifas os “olhos do mercado” se voltam ao clima dos EUA e podemos afirmar que com a aproximação da janela de polinização do milho, o famoso Mercado climático está oficialmente no radar dos fundos. E os mapas climáticos para os próximos 7 dias já trabalham com condições climáticas menos favoráveis ao norte e centro do cinturão de produção nos Estados Unidos. Além disso as 2 últimas semanas essa região registrou tempo mais seco que o normal.
Outro fundamento no dia que contribuiu para a alta da soja na sexta feira veio do Macro. O dólar caiu forte frente a uma cesta de moedas internacionais. Nos vemos na segunda feira! Bom final de semana!
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