A decisão da CME Group em listar um novo contrato de soja que reflete a realidade dos preços praticados no Brasil, faz parte de uma decisão estratégica do maior grupo de mercado de derivativos do mundo, que é acompanhar mercados crescentes e representativos.
Esse novo contrato vem em um momento em que o Brasil se está consolidado como maior produtor e exportador mundial de soja. Embora a bolsa de Chicago (CBOT), que faz parte do CME Group, tenha um contrato de soja que parametriza mundialmente os preços da oleaginosa, o Brasil apresenta em algumas janelas de mercado, particularidades que nem sempre acabam sendo processadas em Chicago.
Esse contrato é um passo importante para entender como gerar negócios fora do eixo tradicional. Como sempre, o papel da Bolsa é oferecer ferramentas de proteção aos se público, e um contrato com características sul-americanas podem ser a porta de entrada para que muitas empresas busquem hedge e outros tantos investidores arbitrem mercados.
Recentemente você já deve ter feito essa pergunta: “Nossa a quebra de produção do Rio Grande foi tão expressiva que os preços em Chicago sequer contextualizaram.”
E é bem isso, em ariados momentos ao logo dos anos, o contrato clássico deixou de processar aspectos e situações relevantes na América do Sul.
É justamente isso que o novo contrato de soja sul-americana pretende. Retratar com maior clareza e dinamismo a representatividade do mercado brasileiro.
Em parceira com a B3 o novo contrato cuja nomenclatura será SAS será listado a partir do dia 21 de setembro e terá como referência os negócios praticados no porto de Santos e será referenciado pelo índice S&P Global Platts.
Cada contrato terá 136 toneladas métricas e liquidação financeira, ou seja, esse contrato não permitirá entrega física.
A variação de preço será de $ 0,20 por tonelada métrica e os meses de vencimento para o SAS serão janeiro, fevereiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro e simultaneamente trabalharão 11 vencimentos, ou seja, a B3 quando abrir os livros oferecerá opção de proteção partindo de novembro de 2020 a março de 2022.
Nos próximos meses o agro internacional testara mais uma ferramenta e um dos grandes desafios a ser vencido será justamente a liquidez. Certamente se bem trabalhado esse mercado, a criação desse contrato será importante para a consolidação internacional do agro brasileiro, afinal há anos se fala sobre essa necessidade e quem sabe seja a ponte para mudanças importantes para a comercialização.
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