O texto que fiz mês passado sobre o agronegócio em tempos de coronavírus me rendeu muitos feedbacks. Acho que poucos textos, desde que iniciei a escrever aqui, trouxeram tanta interação com os leitores como esse. Nele, usei a expressão “o agro é inquieto, o agro é dinâmico” para traduzir um setor que se recusou a parar quando outros setores decidiram seguir essa linha.
Não é à toa que o agronegócio é o único setor que continua crescendo de forma destacada. Prova do que eu escrevi — afinal, números não mentem — foi a performance do primeiro quadrimestre da balança comercial brasileira.
Eu sei que todo mundo está meio cansado de tanto escutar falar sobre a tal pandemia, mas, mesmo assim, na minha coluna de junho, eu quero abordar outro aspecto da crise mundial.
Desde pequena, eu escutei meu pai falar que “em momentos de crise, nos descobrimos fortes. Que, nas crises, nós nos reinventamos. Que, das crises, surgem oportunidades”. Hoje, escuto muita gente dizendo o mesmo, mas eu ouso dizer que isso só acontece com as pessoas que se dispõem a pensar fora da caixinha, para aquelas que se negam a adotar uma postura conformista para não sentir o impacto da crise e a dor do processo de transformação.
Vou dar um exemplo de como o coronavírus me impactou. Eu tinha quatro palestras contratadas e outras tantas em negociação para o primeiro semestre do ano. Estava negociando cursos sobre comercialização e circuitos dinâmicos sobre temas diversos quando fui freada pela pandemia.
Comecei a ver meus compromissos e eventos cancelados um a um. Da noite para o dia, tudo parou. Foi como se meu chão tivesse sido arrancado e, mesmo com meu perfil empreendedor e sendo uma eterna otimista por natureza, eu confesso que tive meus momentos de preocupação.
Mas, ao contrário do que alguns afirmam, minha inquietude foi meu remédio. Não me permiti sentar, lamentar ou chorar, já pus logo minha cabeça em busca de ideias para me reinventar.
Foi aí que, ao fazer uma anamnese, eu percebi que poderia usar mais horas do meu dia para me profissionalizar. Com uma rotina bem traçada, comecei a entender que o “mercado” também se mexia nessa mesma linha. Cursos online começaram a pipocar, ferramentas que aproximavam pessoas, antes restritas a poucos usuários, passaram a ser disponibilizadas. Daí, pude entender que as reuniões que eu tinha agendado poderiam ser mantidas.
O que dizer sobre palestras canceladas que foram, em um segundo momento, substituídas por webinars? Sim, as empresas estão investindo nisso. Conteúdo de qualidade não deixará de ser ofertado. Pelo contrário.
No Brasil agro, isso faz todo sentido. Passadas sei lá eu quantas reuniões virtuais e participações em lives e entrevistas em rádio transmitidas por outras plataformas, passei a entender que, mesmo quando tudo isso acabar, esse será o nosso novo normal.
E daí, eu me peguei perguntando: como, até agora, eu pegava um voo de Curitiba para estar presencialmente em uma reunião em São Paulo? Como eu não havia pensado que, abrindo um canal no YouTube, eu continuaria tendo voz e sendo ouvida por pessoas em todo o Brasil Agro e até fora do país?
Nunca imaginei que as vendas de serviços e produtos agropecuários pudessem ser oferecidos pelo digital da maneira que passaram a ser. E, até mesmo as tradicionais feiras agrícolas, antes presenciais, quem diria, despertaram para um mundo de possibilidades e algumas já começam a ser reformatadas para o universo virtual.
Pois é, em meio a essa pandemia, nos descobrimos, cada um em determinado nível, conectados. Ferramentas virtuais vieram para minimizar os efeitos da crise. E essa é a prova de que conseguimos nos adaptar de forma positiva a situações que nunca antes tínhamos possibilitado por uma única razão. Porque estávamos coletivamente condicionados a pensar e agir de uma maneira analógica.
Termino meu texto com um convite. Deixo meus contatos à disposição para que você me conte de que maneira o coronavírus te impulsionou para o universo digital. Um forte abraço e até julho.
e-mail: andrea@andreacordeiro.com
instagram: @andreasousacordeiro
twitter: @andreascordeiro
Fonte: Blog #PorDentroDoAgro da Strider
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