9 de dezembro de 2024

Ação de Graças & o Agro – entenda a relação

Feriado de Ação de Graças, “Thanksgiving“, em inglês, tem origem inglesa mas foi nas comunidades rurais do interior dos Estados Unidos que a data se transformou em tradição, quando colonizadores ingleses comemoravam suas colheitas.

O festejo, comemorado sempre na 4ª quinta-feira do mês de novembro tem objetivo de celebrar a finalização dos trabalhos de colheita e dar “graças” a Deus pelas safras colhidas. Esse ano o feriado acontecerá, dia 28.

Eu já tive a oportunidade de estar nos Estados Unidos inúmeras vezes durante as festividades de Ação de Graças e pude perceber desde a primeira vez que a tradição que em muito ela se assemelha às festividades de Natal na maioria do mundo.

As famílias se reúnem. As pessoas viajam de carro, avião. Cruzam o país para se reencontrar e celebrar, e na maioria das famílias, com fartura na mesa, decorada com várias frutas, muito milho, abóbora, e um peru enorme assado à mesa.

A abóbora que é o símbolo oficial das festividades do fim de outubro – Halloween, chega às mesas dos norte-americanos também no final de novembro e também no Natal. As famílias fazem receitas incontáveis com a abobora. É torta de abóbora, sopa de abobora, muffin de abobora, bolo de abobora. É abobora nas essências das velas nas casas dos americanos, mas ´o peru o eleito com símbolo oficial dessa data.

E se você parar pra pensar, todas essas referências são agro.

 

Sobre a tradicional festividade, você sabia que?

  A 1ª comemoração do feriado aconteceu no outono de 1621, com 50 peregrinos e 90 americanos nativos (os Wampanoags), durou por 3 dias e celebrou a primeira colheita no “novo mundo”, mas o feriado só virou nacional mesmo em 1863, quando Lincoln era presidente.

 A 1ª refeição do feriado foi cervo; milho; cranberries in natura; bacalhau e outros peixes.

 Em 1939 (início da 2ª Guerra Mundial), o então presidente Franklin Roosevelt decretou que o Feriado de Ação de Graças seria na 3ª semana de novembro, para alavancar o consumo durante a Era da Grande Depressão Americana, porém não fez qualquer sucesso e o feriado voltou a ser comemorado na 4ªa quinta-feira de novembro.

 A 1ª Macy’s Day Parade (aquela superfamosa com balões) aconteceu em 1924, mas sem balões e com animais do Zoológico Central de Nova York.

 A cada ano, o Presidente dos Estados Unidos deve “perdoar” um peru, poupando-o de ir para alguma mesa americana. A primeira cerimônia para perdoar um peru aconteceu em 1947 pelo presidente Truman.

 

São consumidas 50 milhões de tortas de abóbora, a famosa pumpkin pie! Incrível não é mesmo? Sempre fico chocada ao reler minhas anotações sobre o consumo.

Os americanos comem aproximadamente 46 milhões de perus no feriado, isso equivale a mais de 800 mil toneladas de carne de peru!

Daí podemos perceber a importância que o feriado tem nos Estados Unidos e no mundo do agronegócio!

Só que não é apenas de comida que os americanos vivem nesse período de Ação de Graças. Após literalmente dar graças, e aproveitando esse momento de família reunida, feliz e com a barriguinha bem cheia e coração feliz, acabou-se por instituir uma outra tradição, a qual que muitos países mundo afora já estão incorporando. 

As famílias reunidas, costumam logo após o feriado – às sextas-feiras ir às compras de Natal. E pela adesão dessa tradição, criou-se a Black Friday, quando o comércio desde a madrugada pratica descontos inimagináveis.

Como eu adoro me aprofundar nos temas, eu descobri há 7 anos que essa tradição consumista, divertidamente exagerada e alucinada, gerou um índice econômico medido regionalmente e nacionalmente que serve de base para as atividades comerciais de final de ano.

Se a economia não vai bem, os americanos tendem a segurar os gastos nesse período.  E se os números econômicos estão saudáveis, eles saem gastando horrores. Aqui estou curiosa para entender como serão os indicadores em meio a Guerra comercial Estados Unidos / China. Segundo os incontáveis tuites de Trump, o país apresenta os melhores ótimos índices #ever#.

Voltando à tradição, quem poderia aqui dizer que o costume de reunir as famílias após colheita geraria tantas tradições, não é mesmo? 

 

 

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