Depois de uma semaninha curta com feriado nos Estados Unidos e muita especulação sobre a falta de chuvas na Argentina, foram os números divulgados no 94º Agricultural Outlook Forum que determinaram o ritmo dos trabalhos na última quinta e sexta.
Oficialmente, a partir do Forum, a temporada norte-americana entra na pauta de acompanhamentos das casas de Consultorias nos EUA e balizam a atuação dos fundos de investimentos.
Durante esses 2 dias, o mercado se familiarizou com a idéia inicial do USDA usará para plantio da próxima temporada. Digo “inicial”, pois os números oficiais serão conhecidos somente adiante, no final de Março, quando o USDA reportará a Intenção de Plantio – Prospective Plantings e lá em junho reconfirmará através de um relatório de Acreagem.
E de agora até 29 de Março, a projeção de área de 90 milhões de acres para soja e para Milho, estarão vulneráveis á varias situações como:
• Estratégias comerciais de revendas de insumos
• Condições Climáticas
• Condição Hídrica do Solo
• Evolução dos preços em Chicago
• E paridade de preço Soja Milho que hoje é de US$ 2,58.
Certamente que o produtor norte americano está, mais do que já esteve, familiarizado sobre as safras do Brasil e Argentina (áreas de produção, tamanho de propriedade, estilo de venda – e para isso as redes sociais ajudam muito), mas é chegada a janela dele se concentrar e focar em sua safra, em seus interesses. E lá, os produtores mantêm um hábito de se associarem às regionais de grandes casas de consultoria que são formadoras de opinião.
E essas casas abriram com estilo o debate sobre a próxima temporada com especulações sobre La Nina e condições de solo mais secas.
Paralelamente o mercado de soja além de continuar muito atento ao desfecho da safra na Argentina, que rende altas discussões sobre sua real produção, passará a monitorar com maior “carinho” o pré-plantio no meio oeste dos Estados Unidos.
Daqui pra frente, a atualização dos mapas do NOAA – previsão de 6 a 10 dias para as chuvas e temperaturas e o mapa DROUGHT MONITOR que atualiza as quintas feiras, serão fatores de acompanhamento obrigatório e com possibilidade de render especulações.
Já em fase de finalização de um inverno rigoroso é provável que o índice de umidade deficitário, melhore à medida que o degelo ocorrer. O inverno finaliza dia 19 de março, mas os trabalhos de plantio na região sul dos estados que estão mais próximos ao golfo do México estão prestes a iniciar. Só não iniciaram devido às fortes chuvas dos últimos dias, chuvas essas que provocaram alagamentos em vários estados mais na região leste e centro do país. Vide link abaixo da matéria.
Mas enquanto não iniciam, a curiosidade ainda recai sobre a Argentina. E nesse ponto alguns consideram que essa quebra possa estar saturada. E isso eu tenho presenciado alguns analistas defenderem. Mas daí eu me questiono… Após terem os fundos de investimentos defendido posições vendidas, apostando em safra normal na América do Sul e daí terem se deparado com o agravamento da seca na Argentina e enchido os bolsos de compras, eles deixariam passar batida essa chance de novas altas?
Só para ilustrar, os fundos migraram de mais de 100 mil contrato vendidos para 75 mil contratos comprados num curto espaço de tempo e certamente alguns realizaram prejuízo. Será que não defenderiam nesse momento suas posições compradas da mesma maneira que defenderam as posições vendidas anteriormente ?
Sobre a quebra de safra na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário e a Bolsa de Cereales revisaram a produção para 46.5 e 47 mi tons respectivamente.
Link da matéria: https://www.usatoday.com/videos/news/nation/2018/02/26/ohio-river-21-year-high-after-flooding/110872084/
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