O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – tão conhecido aqui no Brasil por USDA caminha para fechar o ano de 2017 com um perfil contrário às expectativas de alguns analistas que acreditam que a safra de soja nos EUA é menor que a que o órgão projeta.
Mensalmente o USDA atualiza projeções das safras de Soja, Milho, Trigo, entre outros grãos e cereais 2017. Na média, são dados das 2 últimas safras mais a atualização mensal da safra atual.
Por exemplo: Quinta, dia 09, o órgão divulgou a tabela de Oferta e Demanda dos EUA, com as safras de 2015/2016, a safra 2016/1017 e a de 2017/2018 dos meses de outubro e de Novembro.
Geralmente o órgão costuma ajustar os dados do mês anterior e a análise para esses ajuste se baseia nas condições climáticas dos 30 dias anteriores, no ritmo de venda dos produtores, no ritmo de esmagamento das industrias locais e no ritmo de embarques e vendas para os países importadores. Além disso para chegar ao número de produtividade mais próximo ao real, o órgão em algumas etapas realiza pesquisas de campo, além de coletar informações por telefone e observar dados via satélite.
No quadro de novembro, divulgado na quinta, o USDA manteve a produtividade da Soja em 49.5 bushels por acre enquanto vários analistas antecipavam um corte de rendimento com média estimada em 49,2 bushels por acre.
Essa manutenção teve um efeito baixista para os preços do grão na Bolsa em Chicago, afinal com mais de 90% da área da soja colhida no dia 09/11 parece difícil o mercado processar que o USDA fará reduções significativas no próximo relatório mensal em dezembro. Se o órgão tivesse detectado reduções de rendimento já estaria apto a corrigir nesse relatório de Novembro.
Mas vamos adiante, esse efeito baixista da quinta feira também foi ampliado por uma outra combinação de ajustes (Porque vamos combinar, o fato do USDA não ter reduzido 0,3 Bu Acre não tinha isoladamente lá seus efeitos altistas para os preços !)
O USDA revisou a projeção de Importação da China em 2 Milhões de Toneladas. Mas se o órgão aumentou o poder de compra dos amigos chineses porque isso seria um efeito baixista? Bom, porque o mercado inteirinho trabalhava com um ajuste para cima entre 3 a 4 Milhões de Toneladas, ou seja, mais uma vez o USDA “contrariou” a expectativa dos especialistas de mercado.
O outro fator baixista foi o USDA ter aumentado a projeção de exportação do Brasil e do Paraguai. Isso prá gente aqui na América do Sul é bom demais, mas pro preço não é não. O mercado aguardava que esse ajuste de exportação aconteceria nos EUA. China comprando 2 milhões a mais e os EUA não aumentarem nem 1 grão sua performance de exportação confere um viés baixista. Resultado desse Relatório para o dia 09/11? Mercado cedeu 13,5 centavos no contrato Janeiro.
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