E a soja perdeu mais 11 centavos na última semana.
Entre falas contidas e alteradas, amistosas ou em tom de ameaça, o Presidente Trump segue em sua política de governar via twitter.
Ao contrário da política que vem praticando com o Brasil, os Estados Unidos continuam irredutíveis nas negociações com a China. A fala nacionalista e patriota de Trump o impede, no atual momento, de ceder a vários pontos da discussão com os chineses.
Um misto de Trump “assustado” e “ferido” com a audácia da China em negociar de forma dura e inflexível em vários pontos da negociação, faz com que cada vez mais ele aumente o tom das ameaças.
O objetivo dos Estados Unidos é unicamente sair como vitoriosos na Guerra enquanto uma China paciente parece tirar o “centro” do dirigente norte americano.
Se por um lado, lá atrás Trump achou que seria fácil brigar com os chineses e que o tempo de combate seria curto, hoje se vê encurralado em meio a tantas manobras estratégicas da China para minimizar o impacto de um mercado americano mais morno. O exemplo maior dessa estratégia é a constante desvalorização da moeda chinesa, sempre tão criticada por Trump.
O processo alcançou um outro nível. A desvalorização recorrente da moeda vem fazendo especialistas econômicos anteciparem que o FED – Federal Reserve (Banco Central dos EUA) promova novas rodadas de corte de juros nos EUA.
Essa linha de ação da China faz uma parte do mercado repensar se os chineses sempre tão sorridentes e diplomáticos diante dos holofotes internacionais, querem mesmo selar um acordo nos próximos meses.
Há uma corrente de pensadores que trabalha com a possibilidade da China inflexibilizar as negociações e dificultar o entendimento inclusive com novas medidas protecionistas contra as tarifações de Trump e com isso arrastar a Guerra até 2020 afim de criar um cenário de insatisfação dos norte-americanos, principalmente do setor do agronegócio. O objetivo seria fazer cair a popularidade de Trump. Uma negociação com um presidente Democrata pode ser o objetivo dos chineses.
Inclusive essa foi a percepção que os integrantes da 26 sexta edição do Crop Tour da Labhoro que pela primeira vez combinou 2 destinos diferentes: Estados Unidos e China. Após uma semana percorrendo o meio oeste dos Estados Unidos, o grupo liderado por Ginaldo Sousa, diretor executivo do Grupo Labhoro realizou uma série de visitas técnicas a empresas do agro.
Ele compartilhou conosco sua percepção sobre a população chinesa torcer para que a guerra comercial se arraste até 2020. Os chineses ligados ao agro que foram visitados também não acreditam na possibilidade de um acordo no curto prazo e que a Guerra ainda está longe do fim.
A possibilidade da estratégia da China em conter avanços na conversação, pode ser avalizada com a recente decisão das autoridades em anunciar que caminha para construir um cenário favorável as conversações e de agendar para apenas outubro a próxima rodada de debates, que será a décima terceira, decisão que enfureceu as autoridades norte americanas, que afirmar querer que a rodada ocorra ainda durante setembro.
Em paralelo a todos esses debates, a China essa semana acionou os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio) alegando que que as últimas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos violam o limite que os EUA podem impor sem a aprovação da OMC. Esta é a terceira vez que China aciona os EUA na organização.
Vamos ver como iniciarão os trabalhos da semana. Qual será o peso da temática Guerra Comercial em uma semana de agenda importante como a divulgação mensal do Departamento de Agricultura dos EUA – USDA e com o início dos trabalhos de colheita de milho e soja em pontos do Delta produtor.
Na pauta de fatores que os fundos de investimento devem processar também está a aproximação da janela de plantio da próxima safra no Brasil. Fundos vendidos podem focar em aumento de área enquanto as condições secas no centro-oeste brasileiro podem estimular compras nos recuos.
Nós nos vemos na próxima segunda feira.
Bom final de Semana
Adicionar comentários