22 de dezembro de 2024

Prisão de Executiva Chinesa – Combustível Extra em Guerra Comercial

Tenho destacado nos meus últimos posts sobre a “chatice” do mercado nesses últimos meses. E infelizmente a chatice continua…

Nem bem faz 5 dias que o “mundo” respirou aliviado (pero no mucho) ao saber que Estados Unidos e China decidiram dar uma trégua de 90 dias, tempo suficiente para finalizarem as tratativas.

Nessa trégua, entre outros pontos, os Estados Unidos não ampliariam a taxação para o volume financeiro remanesceste e a China demonstraria comprometimento com anúncios de compras de produtos norte-americanos.

No entanto, o mundo esperava que dessa reunião realizada durante o encontro do G20 na Argentina, os presidentes anunciaram algo mais factível.

Mas na prática, desse demorado encontro de 2 horas e meia, restaram apenas promessas e o mercado passou a processar que o anúncio de trégua teria sido uma declaração de intenções o que poderia ser efêmero.

Já na reabertura dos trabalhos do domingo, os preços da soja na Bolsa de Chicago, CME, subiram e fizeram máximas influenciados pelo clima de otimismo (+29 cents) e gradativamente cederam na expectativa de notícias extras.

Na sequência dos pregões, os preços corrigiram parcialmente e passados 5 dias da declaração de Armistício, a China, ao contrário do que se aguarda, ainda não anunciou qualquer compra expressiva de soja ou de outro insumo norte americano. Apenas declarações pontuais sobre compromissos em aumentar as compras e que “o país começará a implantar as medidas necessárias nos pontos de consenso assim que possível.”

Quais são os pontos reais de consenso? Será que existem?

Quando é “assim que possível”?

Nesse período aumentaram os comentários sobre a China estar se preparando para comprar pelo menos 12 milhões de toneladas de milho, 7 milhões de toneladas de trigo e 8 milhões de toneladas de soja até o final do ano, mas até agora nada!

E se pairavam dúvidas sobre a eficácia do acordo, o fato é que hoje o mundo amanheceu muito nervoso e a justificativa para tal nervosismo é a prisão da diretora financeira da Huawei, gigante chinesa em tecnologia.

A executiva Wanzhou Meng foi presa dia 05 de dezembro, em Vancouver, Canadá.

Mas no que essa prisão influenciaria o rumo da Guerra Comercial?

Adivinha quem pediu a prisão da executiva chinesa? Sim, ele mesmo: Os Estados Unidos! Que a todo custo tentam penalizar as empresas chinesas por práticas que violam as leis norte americanas.

Além disso os Estados Unidos pediram às autoridades canadense, a extradição de Meng. O pedido será analisado pela justiça canadense em audiência marcada para dia 07 de dezembro.

É claro que a China não gostou nadinha de saber a origem do pedido e já pediu explicações aos Estados Unidos.

A abertura de hoje dos mercados asiáticos já demostrou a fragilidade e o aumento da preocupação sobre a Guerra Comercial e o efeito veio em cascata com a abertura dos mercados europeus e americanos.

No Brasil o reflexo também é sentido com similar intensidade e Ibovespa cede quase 2 % que é a média de perdas mundo afora.

Com isso os preços da Soja na Bolsa de Chicago registraram minimas de quase 15 centavos e caminham pra a hora final de pregão tendo recuperado grande parte do movimento.

O mercado inteirinho agora aguarda ansiosamente o posicionamento das autoridades chinesas. Alguns analistas apostam em retaliação enquanto outros antecipam que China poderia anunciar uma grande compra de soja nas próximas horas justamente para desviar a atenção do mercado do caso Huawei.

A seguir, cenas dos próximos capítulos!

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