10 de janeiro de 2025

Guerra Comercial Estados Unidos China parte 6

Seguindo a linha tradicional de poucos ajustes nos Relatórios de Oferta e Demanda divulgados em dezembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA no dia 11 de dezembro manteve todos os ítens da temporada de Soja 2018/2019.

E passado o efeito pós relatório, o mercado que não foi surpreendido, nem positiva, nem negativamente, voltou quase que instantaneamente a focar a questão Guerra Comercial entre os Estados Unidos e China.

Que esse é o calcanhar de Aquiles dos preços da Soja, no curto, médio e longo prazos, todos sabem e essa é a razão do mercado focar em acompanhar o tema, pois isso impactará diretamente na performance de exportação e dos estoques do EUA e essa é justificativa para até agora já ter feito 6 divulgações sobre o tema.

Mas há um outro tema internacional que também reaparece de tempos em tempos embora esteja mais restrito ao “mercado europeu”: O Brexit. Já com o divórcio anunciado em 2016, os países que compõem a Zona do Euro estão discutindo agora a etapa “divisão de bens”. Essa é uma fase difícil em qualquer relacionamento; imagina só quando isso envolve tantos países importantes, seus representantes e cidadãos.

Nesses dias 13 e 14 de dezembro, os países da Zona do Euro estão reunidos em agenda anual em Bruxelas – Cúpula do Governo Europeu e muito se discutiu sobre os próximos passos e suas consequências. Houve até uma tentativa de romper do Reino Unido em flexibilizar as regras do acordo estabelecido, mas o bloco foi firme e não permitiu.

Num momento já tão preocupante com os efeitos do Brexit, a europa afirma contabilizar prejuizos com o desequilibrio comercial entre China e Estados Unidos.

Sobre a guerra comercial, vale comentar que quem acreditava piamente que China voltaria às compras de produtos norte americanos imediatamente, assim como anunciava Donald Trump, foi vencido pela prevalencia de uma postura chinesa mais cautelosa e diria eu, mais estratégica.

Enquanto nos perguntavamos se a prisão da executiva chinesa poria fim aos entendimentos iniciais, o mercado acabou por presenciar uma China mais fria e calculista.

Por vezes o presidente dos Estados Unidos foi a público para acalmar o mercado de soja local, leia-se produtores – que fazem forte pressão junto ao governo para retormar sua participação no mercado mundial.

Embora reconhecam a competência dos produtores brasileiros, forçam através de seus representantes políticos que seu presidente “resolva”essa questão de maneira eficiente. Os produtores se sentem incomodados; colheram uma safra grande que foi pouco negociada e presenciam seus estoques numa crescente e os preços em queda desde então.

Embora o mês de dezembro seja um período no qual o produtor norte americano não realiza vendas e está mais focado nos preparativos de final de ano, certamente esses ano eles adorariam ter que voltarao mercado e comprometer sua planilha fiscal ainda no exercício 2018.

Em que caminho estamos, ainda não sabemos bem, mas China ao contrário do esperado, não “revidou” a prisão de sua cidadã e apenas exigiu explicações do governo dos EUA. E num padrão bastante moderado anuniou compras de soja sim, mas em quantidades muito inferiores às esperadas pelos analistas de mercado. O que de certa maneira foi uma “balde de água fria”.

Mas se formos pensar numa China estratégica, a postura cautelosa e moderada objetiva conter os preços da soja em patamares saudáveis.  Se anunciassem como queriam os Estados Unidos compras da ordem de 5 a 8 milhoes de toneladas de soja, os premios imediatamente explodiriam no Golfo do México e nos portos do Pacífico Norte assim como os da Bolsa em Chicago, não é mesmo?

Nessa linha de medidas, a China anunciou na sexta, dia 14 de dezembro,  a suspensão de tarifas adicionais para carros produzidos nos Estados Unidos. A China não anunciou  redução nas tarifas já vigentes, mas de certa forma foi um estímulo ao mercado, que agora se questiona se algo novo se desenha para a soja.

Esses são momentos decisivos e importantes. E acompanhar os acontecimentos das próximas semanas é tarefa das mais angustiantes não só para os produtores dos EUA, mas em especial para os nossos produtores brasileiros que surfaram a aonda da Guerra comercial em 2018 e fizeram o trabalho de casa digno de nota 10 ao apostar na continuidade dessa onda.

Nessa aposta se prepararam para uma nova safra grande e com grande tecnologia aplicada

É fato que o futuro dos preços no Brasil se encontra numa janela crucial e decisiva. São muitas perguntas que a cadeia da soja brasileira faz:

Como ficariam os prêmios para 2019. Prêmios esses que já cedem há mais de 1 mês?

A antecipação da safra de grãos forçará mais ainda a queda dos prêmios para embarques janeiro e fevereiro?

Como as tradings que negociam no Brasil para destino China se posicionarão?

Brasil busca “novos” destinos para seus produtos, assim como fizeram os Estados Unidos, lá atrás logo no início desse impasse?  

Qual será a postura de tradings chinesas que atuam no mercado sulamericano? Algum anuncio maior de compras novas poderia gerar estresse adicional com os Estados Unidos?

Precisaria a indústria nacional comprar grande volume para janeiro e fevereiro?

Esses são questionamentos mais urgentes mas para alguns produtores da região sul e do Mato Grosso do Sul há um estresse adicional: Um veranico que se instalou e que faz produtores se questionarem sobre a produtividade futura.

Sobre isso falaremos mais na próxima semana ! E se quiserem mandar fotos das lavouras de soja e milho, enviem para o email : mmabrasil@labhoro.com.br ou via Whatsapp 41 99935-0289. Vamos fazer uma matéria sobre as condições atuais no Brasil.

Não esqueçam de mencionar nome e região de produção.

Um bom final de semana a todos vocês, Andrea Cordeiro

 

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